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Transcrições diversas
RTP - Publicado 25 Ago. 2019, 12:29
VNobrega
Descoberta em Alenquer uma das maiores muralhas do país do Calcolítico
.
Arqueólogos portugueses e espanhóis descobriram em Alenquer (Ota) uma muralha monumental, uma das maiores do país do período Calcolítico, com quatro a cinco mil anos, após terem realizado este mês as primeiras escavações.
A uma altitude de 170 metros, em pleno Canhão Cársico da Ota, agora
classificado como paisagem protegida de âmbito local, foi descoberto “um
recinto murado com cinco mil anos”, os primeiros vestígios do que
poderá vir a ser um povoado pré-histórico, disse à agência Lusa o
arqueólogo André Texugo Lopes.
Através do motor de localização por satélite Google Earth, o arqueólogo
já tinha conseguido identificar a estrutura murada pré-histórica, mas,
devido à vegetação densa, só os trabalhos de desmatação e as escavações
deste ano permitiram pô-la em parte a descoberto.
“Já identificámos quatro a cinco metros de largura da estrutura e um
comprimento de 150 metros” afirmou o investigador do Centro de Estudos
Geográficos e do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa,
apontando para que seja “provavelmente a maior estrutura pré-histórica
deste tipo de sítios”.
As escavações, realizadas em conjunto com Ana Catarina Basílio,
investigadora do Centro Interdisciplinar em Arqueologia e Evolução do
Comportamento Humano da Universidade do Algarve, com a colaboração de
arqueólogos da Universidade de Coimbra, da Universidade Autónoma de
Madrid e da Universidade de Jaén (Espanha), permitiram perceber que o
muro possui uma altura conservada de 1,4 metros, apesar de ter vários
derrubes identificados.
O sítio arqueológico da Ota terá uma dimensão na ordem dos cerca de
quatro hectares, incluindo uma zona de dois hectares rodeada pela
muralha e outra fora da mesma, onde os arqueólogos também identificaram e
escavaram estruturas e materiais de importância arqueológica, que
estão, contudo, por datar.
O sítio estava identificado desde 1936, mas só em 2016 André Texugo
Lopes, natural do concelho, no distrito de Lisboa, fez prospeções no
local e estudou os materiais recolhidos à superfície nas últimas
décadas, no âmbito da sua dissertação de mestrado e de um dos projetos
que venceram o Orçamento Participativo de 2014 da Câmara Municipal de
Alenquer.
A localização do sítio pré-histórico pode dever-se à existência de “água
por perto e ao controlo e defensibilidade sobre a zona a 360 graus,
localizando-se este sítio sobre uma via de comunicação importante, o rio
Ota, que nasce na serra do Montejunto e desagua no Tejo”.
Durante as escavações, os arqueólogos encontraram materiais muito
fragmentados do período Calcolítico e elementos da Idade do Bronze
(cerca de 1500 anos antes de Cristo), da Idade do Ferro (cerca de 700
anos a.C.), do período romano (entre 400 anos a.C. e 200 anos d.C.) e do
período islâmico (século VIII d.C.), que revelam uma ampla ocupação do
sítio, ainda que com dinâmicas distintas.
Entre eles, destacam-se machados de bronze, machados de pedra polida,
cerâmicas decoradas, elementos construtivos romanos, artefactos em
sílex, ossos polidos e até um ‘lagomorfo’, que pensam estar associado a
contextos funerários.
A dimensão do sítio leva os arqueólogos a depositar elevada expectativa em futuras campanhas.
“Sempre que desmatamos mais um bocadinho conseguimos sempre incrementar valor e encontrar estruturas arqueológicas”, disse André Texugo Lopes.
No âmbito da tese de doutoramento que está a desenvolver, André Texugo Lopes vai pela primeira vez em Portugal efetuar prospeção arqueológica recorrendo a ‘drones’ e a tecnologia, com um raio laser a penetrar na densa vegetação e a chegar ao nível do solo, identificando “com grande precisão estruturas arqueológicas, como as identificadas na Ota”.
C/ LUSA
ACONTECEU
Visita aos teabalhos arqueológicos no sítio arqueológico da Ota, projecto de doutoramento de André Texugo.
A visita foi especialmente organizada para os alunos de 1º ano de Arqueologia e História da Faculdade de Letras de Lisboa com a Professora Ana Catarina Sousa, tendo contado igualmente com a participação de estudantes de mestrado e investigadores da UNIARQ.
Esta iniciativa teve o apoio da Câmara Municipal de Alenquer que disponibilizou um autocarro para a visita.
Uma última nota sobre os resultados da campanha arqueológica de 2019.
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SEGUNDA CAMPANHA DE TRABALHOS
DO PROJECTO ARQUEOLÓGICO OTA
2020
Estamos de volta!
A 2ª campanha arqueológica no sítio da Ota teve início a 3 de Agosto e irá prolongar-se até 28 de Agosto. Esta é uma iniciativa do Município de Alenquer em conjunto com a Junta de Freguesia de Ota e Conselho Directivo dos Baldios da Ota.
Este ano estamos a trabalhar em duas sondagens na tentativa de dar continuidade aos trabalhos levados a cabo na campanha de 2019. Tentamos assim, compreender a dinâmica construtiva e estratigráfica nas áreas selecionadas. Aqui seguem algumas imagens que mostram o trabalho da equipa dividida pelos diferentes setores!
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8 de agosto
Ontem foi dia de visitas! Importante para conhecer a realidade e os diversos contextos arqueologicos da região, visitamos o Castro do Zambujal, Tholos do Barro e estivemos também no Museu Leonel Trinidade em Torres Vedras.
9 de agosto
Para compreender o sítio arqueológico da Ota é importante perceber a sua posição e relação com o meio envolvente. Inserido numa zona calcária do tempo jurássico, de vegetação densa, grutas e monumentais cascalheiras, justificam as sucessivas ocupações do local. Tais características do território fornecem assim, os diferentes recursos para a fixação e sustento das comunidades, desde o período Neolítico/Calcolitico até ao Medieval Islâmico/Cristão.
Seguem imagens do percurso que ilustram a beleza do território e finalizamos assim a primeira semana de trabalho!
18 de agosto
Alguns dos achados mais relevantes, tanto a nível material e informativo, recuperados até agora nos nossos trabalhos: Pontas de Seta de várias tipologias e um fragmento de vaso de calcário.
Tarde de visita guiada ao sítio do Monte dos Castelinhos pelo Arqueológo João Pimenta.
Uma avançar no tempo necessário para compreender as relações e importância do território e da paisagem.
21 de agosto
Limpeza e organização do espólio recolhido durante as 3 semanas de campanha. Damos assim a conhecer também, alguns dos artefactos de maior importância.
Dia 22 realizou-se o dia aberto a visitas ao sítio arqueológico da Ota, mediante todas as medidas de segurança. Com o objectivo de divulgar aos participantes e interessados, aos quais agradecemos desde já a sua participação, a divulgação dos resultados da segunda campanha de escavação.
24 de agosto
Esta segunda campanha não seria possível sem o incrível trabalho e dedicação das nossas cozinheiras do Centro Paroquial de Ota. A todas, e em nome de toda a equipa, os nossos melhores agradecimentos, pelo carinho e pelos os inúmeros e maravilhosos pratos.
Um grande OBRIGADO!
25 de agosto
A equipa também é multidisciplinar!
Aqui com dois exemplares de raízes que perturbaram parte dos contextos arqueológicos.
Após várias trocas de informação, segue o video do directo realizado para o programa da RTP 1 - Portugal em Diretcto. Um pequeno vislumbre da intensa campanha arqueológica de 2020.
Para ver o video da RTP, clique em:
https://www.facebook.com/1192688040751041/videos/299859681079426
Aproxima-se do fim a segunda campanha de trabalhos do Projecto Arqueológico Ota.
A equipa quer agradecer ao Centro Social Recreativo e Desportivo de Ota, à sua direcção e aos seus associados todo o apoio, disponibilidade e ajuda ao longo deste mês de trabalho de campo
Esperamos poder voltar para o ano a esta fantástica "casa"
Diário de Notícias
Lusa - 30 Agosto 2020
Escavações revelam vestígios de ocupação pré-histórica na Ota
O sítio arqueológico da Ota foi descoberto em 1932 e as campanhas atuais inserem-se num projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, com coordenação de Ana Catarina Basílio e de André Texugo Lopes, investigador do Centro de Estudos Geográficos e do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.
Para leitura integral, clique em:
Sílvia Agostinho
07-09-2020 às 09:52
André Texugo Lopes, arqueólogo investigador do Centro de Estudos Geográficos e do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, diz que é possível através do Google Earth descortinar a tal linha branca contínua, que não é natural, e que foi possível identificar no sentido de ali se encontrar o muro pré-histórico dado a conhecer no ano passado. Um achado que se constitui como um avanço no conhecimento do Calcolítico. É cada vez mais plausível que se esteja perante uma zona defensiva, delimitada numa das zonas do cabeço por uma estrutura circular. Foi possível encaixar esta descoberta do achado, depois de datação por radiocarbono, num intervalo de tempo mais curto- entre 2500 a 2250 A.C, através da análise de “um osso de um animal, que por norma não tem um período de vida longo”.
Perceber o dinamismo construtivo e os modos de vida daqueles antepassados é o desafio. Mais do que objetos ou estruturas o objetivo da arqueologia moderna passa por entender os contextos. André Texugo Lopes dá um exemplo – “Imagine que daqui a milénios uma civilização descobria o Cristiano Ronaldo e como ele era fisicamente, mas não sabia quem tinha sido”.
Para já as descobertas no terreno vão dando algumas pistas. Pela orografia da serra é possível perceber que a estrutura defensiva é mais pesada do que as contemporâneas do Castro do Zambujal, Torres Vedras ou a do Castro de Vila Nova de São Pedro, em Azambuja. “Já tirámos blocos de pedras daqui com mais de 300 quilos, o que é assustador”, refere o arqueólogo. Em laboratório será possível responder a questões relacionadas com o dinamismo desse muro que surgiu a 170 metros de altura no canhão cársico. Há elementos semelhantes quando se compara esta descoberta com a dos monumentos seus contemporâneos, e no fundo vizinhos, como o Castro do Zambujal ou o de Vila Nova de São Pedro na forma como a arquitetura à época funcionou para os três casos.
Para mais informação siga:
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